Café e Ansiedade
- jobssaudemental
- 13 de ago.
- 3 min de leitura
O café está entre as bebidas mais consumidas no mundo, não apenas pelo sabor característico, mas também por seu potencial de aumentar o estado de alerta e a disposição. Entretanto, para pessoas que convivem com transtornos de ansiedade, o consumo de cafeína pode ter implicações significativas, especialmente na intensificação de sintomas.
Neste artigo, vamos explorar de forma detalhada a relação entre cafeína e ansiedade, com base em evidências científicas e conceitos da Psicologia, em especial da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
A Cafeína e Seus Efeitos no Organismo
A cafeína é uma substância psicoativa que atua como estimulante do sistema nervoso central. Seu principal mecanismo de ação é o bloqueio dos receptores de adenosina, neurotransmissor responsável por promover a sensação de relaxamento e sono. Ao inibir essa função, a cafeína aumenta a liberação de dopamina, noradrenalina e adrenalina, promovendo sensação de energia, foco e vigília.
Em doses moderadas, esses efeitos podem ser percebidos como positivos. Porém, para indivíduos sensíveis ou predispostos à ansiedade, essa estimulação extra pode ser excessiva, gerando sintomas físicos e emocionais que se confundem com crises de ansiedade.
Café e Ansiedade: O Que a Ciência Diz
Estudos apontam que o consumo elevado de cafeína pode exacerbar sintomas ansiosos, especialmente em pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno do Pânico e Transtorno de Ansiedade Social. Entre as reações mais comuns estão:
Aumento da frequência cardíaca (taquicardia)
Tremores ou sensação de agitação
Dificuldade para dormir
Sensação de nervosismo
Desconforto gastrointestinal
Pesquisas publicadas no Journal of Psychopharmacology indicam que doses acima de 400 mg/dia (o equivalente a cerca de quatro xícaras de café filtrado) podem desencadear ou intensificar sintomas de ansiedade em indivíduos predispostos.
A Perspectiva da Terapia Cognitivo-Comportamental
A TCC compreende que pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados. Quando a cafeína provoca sintomas físicos semelhantes aos da ansiedade — como palpitações e inquietação —, a mente pode interpretar esses sinais como ameaça, intensificando a preocupação e a tensão.
Esse ciclo é chamado de “feedback somático”: o corpo reage de forma fisiológica, a mente interpreta negativamente e o corpo intensifica a resposta, criando um círculo vicioso que mantém ou agrava a ansiedade.
Estratégias para Quem Tem Ansiedade e Consome Café
Para indivíduos que gostam de café, mas percebem aumento dos sintomas ansiosos, algumas estratégias podem ajudar:
Monitorar o consumo – Registrar a quantidade ingerida por dia e os horários.
Reduzir gradualmente – Evitar cortar de forma abrupta para prevenir sintomas de abstinência como dor de cabeça e irritabilidade.
Optar por alternativas – Chás descafeinados, infusões de ervas ou café descafeinado.
Evitar consumo à noite – Para não comprometer a qualidade do sono, que é essencial na regulação da ansiedade.
Atentar-se ao contexto – Identificar se momentos de maior consumo coincidem com picos de ansiedade.
O Papel do Autoconhecimento
Mais do que seguir regras rígidas, é fundamental desenvolver consciência sobre como o corpo reage ao café. A TCC incentiva essa observação para que a pessoa possa tomar decisões baseadas em evidências e não apenas em hábitos automáticos.
Se perceber que a cafeína intensifica sintomas ansiosos, reduzir ou substituir a bebida pode ser uma decisão preventiva e benéfica para a saúde mental.
Em resumo, o café, embora seja um aliado para muitas pessoas, pode ser um desafio para quem convive com ansiedade. Observar sinais, conhecer os próprios limites e ajustar o consumo são passos importantes para manter o equilíbrio emocional e físico.
💡 E você? Já notou mudanças no seu humor ou nos sintomas de ansiedade depois de consumir café? Compartilhe sua experiência nos comentários.






Comentários