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Adri de Oliveira

Quais são os tipos de TDAH?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta crianças, adolescentes e adultos, interferindo significativamente em diversas áreas da vida, como escola, trabalho, relacionamentos e autoestima. Apesar de ser cada vez mais conhecido, ainda há muitas dúvidas, estigmas e, principalmente, uma visão muito limitada sobre o que é o TDAH. Muita gente ainda associa o transtorno apenas a crianças "agitadas", quando na verdade ele pode se manifestar de maneiras bastante diferentes.

📅 Este post foi escrito em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do TDAH – 13 de julho. Essa data tem como objetivo ampliar o debate sobre o transtorno, combater estigmas e levar informação de qualidade para a sociedade. Falar sobre TDAH é também uma forma de acolher e dar visibilidade ao sofrimento muitas vezes invisível de quem vive com esse diagnóstico.

De acordo com o DSM-5, manual diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria, o TDAH pode se apresentar em três tipos diferentes: o tipo predominantemente desatento, o tipo predominantemente hiperativo/impulsivo e o tipo combinado. Conhecer essas formas de manifestação é essencial para promover um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz.

1. Tipo Predominantemente Desatento

Este tipo de TDAH é marcado pela dificuldade de manter a atenção em tarefas, atividades e conversas. Pessoas com esse subtipo costumam ser descritas como "distraídas", "desligadas" ou "no mundo da lua". São aquelas que frequentemente perdem objetos, esquecem compromissos, têm dificuldade de seguir instruções e parecerem estar desatentas mesmo quando algo importante está sendo dito.

É comum que esse tipo seja mais presente em meninas e, muitas vezes, passe despercebido por não envolver comportamentos mais agitados ou desafiadores. Isso pode atrasar o diagnóstico e fazer com que a pessoa cresça achando que “é desorganizada” ou “incapaz”, o que, com o tempo, pode gerar sentimentos de frustração, baixa autoestima e sintomas depressivos.

Na abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é muito importante trabalhar não apenas as estratégias de foco e organização, mas também as crenças disfuncionais que essas pessoas constroem sobre si mesmas, como “eu sou burro(a)” ou “eu nunca consigo fazer nada direito”. A psicoeducação e a reestruturação cognitiva são ferramentas fundamentais nesse processo.

2. Tipo Predominantemente Hiperativo/Impulsivo

Esse tipo de TDAH se manifesta principalmente por meio de comportamentos de agitação, inquietação e impulsividade. São pessoas que falam muito, têm dificuldade em esperar sua vez, interrompem os outros com frequência e parecem estar sempre “aceleradas”. Elas podem se levantar o tempo todo, mexer mãos e pés compulsivamente, ou sentir uma inquietação interna constante.

É um subtipo mais reconhecido e, por isso, tende a ser diagnosticado com mais facilidade na infância, principalmente em meninos. No entanto, é importante entender que, na vida adulta, essa hiperatividade pode não se manifestar fisicamente da mesma forma, mas sim como uma agitação mental, dificuldade de relaxar ou manter o foco em uma única tarefa por vez.

Na TCC, é essencial ensinar técnicas de autocontrole, manejo da impulsividade e estratégias de resolução de problemas. Além disso, o uso de técnicas de respiração, mindfulness e habilidades sociais costuma ser muito útil para ajudar esses pacientes a responderem de forma mais adaptativa a situações do cotidiano.

3. Tipo Combinado

Este é o tipo mais comum e envolve uma combinação significativa de sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade. Essas pessoas apresentam tanto dificuldades para manter o foco e a organização, quanto comportamentos agitados e impulsivos. Isso pode trazer um impacto ainda maior no desempenho acadêmico, profissional e nas relações sociais, já que os sintomas são mais amplos e afetam diversas áreas da vida.

Muitas vezes, o tipo combinado se manifesta com maior intensidade na infância e, sem o devido acompanhamento, tende a trazer prejuízos ao longo da vida. Na fase adulta, é comum que as pessoas desenvolvam mecanismos de compensação ou até mesmo sintomas associados, como ansiedade, depressão, transtornos de humor ou uso abusivo de substâncias como forma de lidar com os efeitos do transtorno.

No contexto da psicoterapia cognitivo-comportamental, o trabalho com o TDAH do tipo combinado envolve intervenções múltiplas: organização de rotina, treinamento de habilidades sociais, gerenciamento de tempo, reestruturação de pensamentos disfuncionais e fortalecimento da autoestima. Também é fundamental trabalhar a autorregulação emocional, já que pessoas com TDAH costumam ter maior dificuldade de lidar com frustrações, rejeições ou situações de estresse.

A Importância do Diagnóstico Individualizado

É muito importante lembrar que cada pessoa com TDAH é única, e os sintomas podem variar bastante em intensidade, contexto e impacto funcional. Por isso, o diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado, considerando a história de vida, o funcionamento atual e o nível de prejuízo que esses sintomas causam.

Muitas vezes, o TDAH na vida adulta passa despercebido porque a pessoa “aprendeu a se virar” ou porque os sintomas são confundidos com traços de personalidade. Mas o sofrimento está ali, e o tratamento pode trazer melhorias significativas na qualidade de vida.

Tratamento e Possibilidades de Evolução

O tratamento do TDAH geralmente é multidisciplinar, combinando acompanhamento médico (com possibilidade de uso de medicação), psicoterapia e, em alguns casos, orientação familiar, escolar ou profissional. A psicoterapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais eficazes, pois trabalha diretamente com os pensamentos, emoções e comportamentos desadaptativos, além de fornecer técnicas práticas de organização, atenção e autorregulação emocional.

A boa notícia é que, com o tratamento adequado, é totalmente possível viver bem com TDAH. O autoconhecimento, a compreensão sobre como o transtorno funciona e o aprendizado de novas habilidades fazem toda a diferença. Não se trata de "curar" o TDAH, mas de aprender a viver com ele de maneira mais leve, funcional e consciente.

Se você ou alguém que você conhece se identificou com os sinais descritos aqui, procure ajuda profissional. O primeiro passo pode ser justamente entender que aquilo que você sempre achou ser "falta de foco", "desorganização" ou "preguiça" pode ter uma explicação – e, mais importante, pode ter um caminho de cuidado e acolhimento.

🧠💬Com informação, acolhimento e tratamento, é possível transformar o modo como o TDAH impacta sua vida.

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