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Adri de Oliveira

Dia Nacional de Combate ao Bullying

Em 7 de abril, celebramos o Dia Nacional de Combate ao Bullying e Violência nas Escolas, uma data que nos convida a refletir sobre um problema que, embora muitas vezes subestimado, tem impactos profundos e duradouros na vida de crianças e adolescentes. Longe de ser uma questão trivial ou uma "fase passageira", o bullying é uma forma de violência que precisa ser enfrentada com seriedade, empatia e ações concretas. Como psicóloga cognitivo-comportamental, vejo diariamente os efeitos devastadores que esse tipo de comportamento pode ter no desenvolvimento emocional e cognitivo de jovens, e acredito que é nosso dever, como sociedade, trabalhar para mudar essa realidade.

O bullying não é algo novo, como muitos podem pensar. Ele sempre esteve presente, embora, no passado, fosse frequentemente ignorado ou tratado como "coisa de criança". Essa falta de reconhecimento não diminui a gravidade do problema: o bullying é caracterizado por ações repetitivas e intencionais que causam sofrimento, seja por meio de agressões verbais, como insultos e humilhações, seja por atitudes físicas, como empurrões e tapas, ou ainda por formas mais sutis, como a exclusão social e o cyberbullying, que têm crescido com o avanço da tecnologia. Essas ações ocorrem em contextos de desequilíbrio de poder, onde a vítima se sente incapaz de se defender, o que amplifica o impacto psicológico do que vivencia.

Os efeitos do bullying vão muito além do momento em que ele acontece. Crianças e adolescentes que sofrem com esse tipo de violência podem carregar marcas emocionais por toda a vida. Sentimentos de medo, tristeza profunda e insegurança são apenas o começo. Muitas vezes, essas experiências levam ao desenvolvimento de transtornos como ansiedade, depressão e até mesmo estresse pós-traumático. Além disso, o bullying pode interferir diretamente no processo de estruturação cognitiva, uma fase crucial na infância e adolescência, em que a mente está se desenvolvendo e aprendendo a lidar com o mundo. A autoestima é abalada, a confiança em si mesmo e nos outros é comprometida, e o jovem pode passar a ter dificuldades em formar relacionamentos saudáveis ou em se sentir seguro em ambientes sociais, como a escola, que deveria ser um espaço de aprendizado e crescimento.

É nesse contexto que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) se mostra uma ferramenta poderosa. A TCC trabalha diretamente na reestruturação de pensamentos disfuncionais, ajudando a criança ou adolescente a identificar e modificar padrões de pensamento negativos que surgem como resultado do bullying. Por exemplo, um jovem que foi constantemente ridicularizado pode internalizar a ideia de que não tem valor ou que é incapaz – crenças que a terapia ajuda a desconstruir. Além disso, a TCC oferece estratégias práticas para lidar com emoções intensas, como a raiva ou a tristeza, e para desenvolver habilidades sociais que promovam a autoconfiança e a resiliência. Durante a fase de formação da mente, esse suporte é essencial para evitar que os traumas se solidifiquem e impactem a vida adulta.

No entanto, o combate ao bullying não pode ser responsabilidade apenas dos profissionais de saúde mental. É uma tarefa coletiva que envolve pais, educadores, amigos e toda a comunidade. A escola, como principal palco onde o bullying ocorre, precisa adotar políticas de prevenção, como a promoção de uma cultura de respeito e a criação de canais seguros para que os alunos denunciem situações de violência. Os pais, por sua vez, devem estar atentos a mudanças de comportamento nos filhos – retraimento, queda no desempenho escolar ou sinais de ansiedade podem ser indícios de que algo está errado. Como sociedade, precisamos ouvir as vítimas, validar seus sentimentos e mostrar que elas não estão sozinhas.

Se você conhece uma criança ou adolescente que está enfrentando o bullying, incentive a busca por ajuda profissional. Um psicólogo pode fazer toda a diferença ao oferecer um espaço seguro para que o jovem processe suas emoções e desenvolva ferramentas para enfrentar os desafios. Mais do que isso, é fundamental que todos nós nos engajemos na construção de um ambiente mais acolhedor e empático, onde o respeito às diferenças seja a base das relações. O bullying não é apenas um problema individual – é um reflexo de como lidamos com a convivência em sociedade. Que este 7 de abril seja um marco para ações concretas e para a conscientização de que, juntos, podemos transformar a realidade de tantas crianças e jovens.



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